A Transnordestina, destacada como a maior obra linear do Brasil, recebeu autorização para a construção dos lotes 4 e 5, marcando um avanço significativo em sua expansão pelo Nordeste.
Heitor Freire, diretor da Sudene, enfatiza o papel crucial do projeto, financiado em parte pela autarquia com R$ 3,8 bilhões do FDNE, na movimentação de cadeias produtivas e na conexão da região com mercados globais. Em 2023, a Sudene liberou R$ 811 milhões, vital para o progresso da obra.
“A Transnordestina é hoje a maior obra linear do país. Um investimento fomentado inclusive com recursos da Sudene, que aportou R$ 3,8 bilhões através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). É um projeto que liga a região com o mundo porque movimenta diversas cadeias produtivas”, explicou.
A efetivação da ferrovia exige colaboração entre setores público e privado, visando novos investimentos em áreas diversas.
Freire cita o exemplo de Eliseu Martins (PI), um grande produtor de soja, onde a ferrovia facilitará o transporte de produtos até o porto do Pecém (CE), gerando novas oportunidades comerciais.
“O município de Eliseu Martins (PI) é grande produtor de soja e a obra vai escoar a produção até o porto do Pecém (CE), um dos mais próximos à Europa e África”, esclarece.
“No Ceará, há uma forte bacia leiteira também. Então são oportunidades que surgem para atrairmos grandes empresários interessados em fazer novos negócios e instalar projetos no Nordeste porque sabem que poderão contar com um equipamento logístico bastante estratégico”, emendou.
A expansão inclui 101 km adicionais no Ceará, entre Acopiara e Quixeramobim, com investimentos de R$ 1 bilhão pela Marquise Infraestrutura. Este segmento promete criar 1.300 empregos diretos e 2.500 indiretos.
Segundo a ANTT, 70% da fase 1 do projeto está concluída, com planos de conexão entre Eliseu Martins e o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE) até 2027.
A fase 2 deve terminar até 2029, totalizando 1206 km de extensão. Além disso, o governo federal comprometeu-se a construir o trecho ligando Salgueiro a Suape, Pernambuco, parte do Novo PAC, com previsão de início neste ano.
O diretor da Sudene acredita que o avanço da Transnordestina aumentará a relevância dos instrumentos financeiros e incentivos fiscais da autarquia, beneficiando o setor produtivo.
“Os fundos regionais oferecem taxas abaixo do mercado. Também oferecemos incentivos fiscais. Com a entrega da ferrovia, cria-se um cenário muito positivo para novos negócios, com galpões de estoques, novas empresas”, explica.
“O investidor no exterior que deseja comprar soja do Piauí, por exemplo, sabe que terá condições de viabilizar isso porque a Transnordestina escoará a produção para o porto e, de lá, ela seguirá para o continente no empresário internacional”, finaliza.
Já o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca a necessidade de planejamento integrado e mapeamento de oportunidades de investimento, refletindo a importância transversal da obra no desenvolvimento regional.
“A Sudene se antecipa para mapear as oportunidades de investimento que surgem com esta que é a obra mais importante sendo tocada no Nordeste brasileiro e a maior obra do novo Programa de Aceleração de Crescimento”, lembrou Danilo.
“A Transnordestina faz com que busquemos ampliar o acesso ao crédito, aperfeiçoar nossos estudos, chegar cada vez mais perto do público diretamente impactado pela obra. É uma ação transversal que está constantemente sendo debatida em nossos instrumentos de planejamento, como PRDNE”, completou.
Via O Cafezinho