Eduardo Bolsonaro fez ataque “sórdido” com referência à tortura, na visão do colega Orlando Silva (PCdoB-SP) – Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Senado
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve ser levado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e pode até ser cassado por ter debochado de tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo.
No domingo (3), Leitão compartilhou em seu perfil no Twitter uma coluna que escreveu para o jornal intitulada “Única via possível é a democracia”. Na publicação, ela disse que o erro da 3ª via é tratar Lula e Bolsonaro como iguais.
O deputado compartilhou a publicação e escreveu: “Ainda com pena da cobra”. Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), a jornalista foi presa e torturada. Em um de seus relatos, Míriam, que estava que estava grávida à época, conta que foi colocada em uma sala escura com uma cobra.
Em reação, o PCdoB deve tentar conseguir a punição do filho do presidente nas instâncias internas da Casa. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) anunciou decisão do partido sobre o tema nesta segunda-feira (4).
“Consultei o PCdoB e faremos representação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara pelo deboche afrontoso e desumano à tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão. Esse canalha sórdido não ficará impune!”, escreveu.
Absolvição em 2021
Em abril do ano passado, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara decidiu arquivar um processo movido por Rede, Psol, PT e PCdoB contra Eduardo Bolsonaro. Foram 12 votos pelo arquivamento e cinco pela continuidade.
O processo, referente às representações 10/19 e 11/19, será arquivado, a menos que haja recurso ao Plenário contra a decisão. Os quatro partidos acusavam o parlamentar de quebra de decoro e de atentado contra a democracia por sugerir, durante uma entrevista, a adoção de um novo AI-5, instrumento que, em 1968, endureceu o regime militar, permitindo o fechamento do Congresso Nacional, entre outras medidas.
Do Brasil de Fato