O atacante Ellan Dellon, de 21 anos, natural de Petrolândia, interior de Pernambuco, é um dos jogadores de futebol que continuam no drama de não conseguir sair do Sudão e retornar ao Brasil em meio à guerra no país africano. Atuando pelo Al Falah Atbara, o jogador, que é conhecido como Índio, teve seu passaporte recolhido pelo clube para renovar o visto e ainda não conseguiu voltar.
Ao lado de dois brasileiros, Wilian Gabriel, de Araci, na Bahia, e Victor Hugo, de Santo André, São Paulo, seus companheiros de clube, Ellan Dellon conta que estão vivendo na cidade de Atbara, que fica a duas horas de distância da capital Cartum, onde estão concentrados os ataques.
Dentre as principais dificuldades relatadas, as principais são escassez de água e comida, além de problemas com internet e energia.
“A água mineral acabou, a gente está tomando água da torneira, que é barrenta. A comida está pouca, e os locais onde a gente comprava estão fechados e com pouca coisa”, conta.
Com problemas constantes de apagão e com uma internet lenta, Ellan tem falado com a família apenas três vezes ao dia.
De acordo com o atacante, o que tem impedido o retorno do jogador ao Brasil é a ausência do passaporte, que está em posse do clube.
- Eles pegaram o passaporte para renovar o visto. Na mesma semana, começaram os conflitos, e o passaporte ficou na imigração.
Em contato com a embaixada brasileira, Ellan disse que tem sido informado diariamente sobre as possibilidades de retornar ao seu país de origem.
Autoridades brasileiras
O Itamaraty informou que já vem atuando para assegurar a retirada dos brasileiros em segurança desde que os conflitos foram iniciados.
Por meio de nota, o órgão informou que dos 27 brasileiros que estavam em território sudanês e demonstraram interesse em sair de lá, apenas três permanecem.
Ainda de acordo com o Imaraty, os três estão em regiões não conflagradas e, portanto, em situação de menor risco relativo.
Contato com outros brasileiros
Ellan disse ainda que estava mantendo contato com jogadores do Al-Merreikh, que já desembarcaram no Brasil nesta sexta-feira.
Além dos atletas, os jogadores mantinham contato com uma família brasileira que também morava perto, mas não conseguiram ir para o Egito – uma das alternativas de saída – junto com eles.
O jogador tem passagens por Sport, Central-PE, Ibrachina, CEO-AL e estava no SC Gofis, da Áustria.
Por GE/Pernambuco