Na noite da última sexta-feira (22), um fenômeno luminoso chamou atenção no céu de cidades do Pernambuco e de outros estados do Nordeste por parecer uma série de “cometas” ou “meteoros” encadeados. No entanto, ele não pode ser enquadrado como nenhum desses tipos.
A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) classificou o caso como reentrada de lixo espacial, possivelmente do estágio de um foguete chinês lançado em janeiro de 2018.
Para diferenciar esses rastros de uma chuva de meteoros de verdade, o Diário do Nordeste consultou o colunista Ednardo Rodrigues, físico e professor de Astronomia.
Segundo Ednardo, quando é um meteoro de uma chuva, os rastros “são finos” porque são feitos da poeira de cometa. Também tende a ser bem rápido. “Geralmente, em um piscar de olhos, e não dá tempo de mostrar para outra pessoa”, explica.
Já os bólidos, devido ao lixo espacial, são lentos. Podem durar vários minutos e dá tempo de você chamar a atenção de outra pessoa para ver. “São chamados de bólidos porque caem em chamas”, complementa.
Sobre a demora no retorno do lixo espacial em relação ao lançamento – afinal, já se passaram quase seis anos -, o professor afirma que os estágios descartados de foguetes podem ficar “vários anos no espaço”.
Ao reentrarem na atmosfera, esses materiais chamam muita atenção porque são feitos de material menos resistente e se desintegram com facilidade.
Contudo, há poucos riscos de acidentes, pois “dificilmente alguma parte sólida consegue chegar à superfície terrestre”.
Na semana passada, a chuva de meteoros Gemínidas atingiu seu pico, favorecendo a aparição de “estrelas cadentes”. As melhores condições de observação foram no interior do Ceará.
Ela tinha relação com o objeto Faetonte, que hoje tem característica rochosa, mas já teve um material volátil que se desintegrou, deixando um rastro de poeira em sua órbita. Quando o planeta Terra, viajando pelo sistema solar, cruza esse rastro de poeira, ocorre a Gemínidas.
Por Diario do Nordeste