Ana Hickmann no Hoje em Dia: apresentadora teve documentos vazados na deep web após ataque hacker
A Record enviou uma carta para ex-funcionários e pessoas cadastradas em seu banco de dados para informar sobre o ataque hacker sofrido no mês passado. O intuito foi se prevenir de alguma acusação futura e até de um processo judicial. Pela primeira vez, a empresa admitiu publicamente que teve seus dados roubados e que tem monitorado a deep web para impedir um prejuízo maior.
Este colunista do Notícias da TV recebeu uma das cartas na última segunda-feira (22), por já ter feito trabalhos para a Record em 2015. O documento detalha ações feitas logo após o ataque e relata que a emissora ainda sofre os efeitos da invasão feita pelos criminosos virtuais.
“Desde que o incidente foi identificado, os protocolos de segurança foram ativados e medidas para minimizar os efeitos e riscos do ocorrido vêm sendo adotadas. A Record acionou o apoio de consultoria externa especializada para investigar as causas, extensão e consequências do incidente, e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados também foi comunicada do evento”, diz um trecho.
O órgão citado na carta e que ajuda a Record é ligado ao governo e tem atribuições relacionadas a proteção de dados pessoais e privacidade. Sua principal função é colocar em prática a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, aprovada em 2018 no Congresso Nacional, que pune vazamentos de documentos pessoais.
A Record também admite que alguns bancos de dados do RH (Recursos Humanos) da emissora foram roubados. Entre eles, estão dados cadastrais para contato e comprovação de identidade e informações referentes à relação de prestação de serviços.
“Dentre as medidas implementadas, a Record está monitorando a deep web. A Record reafirma o seu compromisso com a adoção de rígidos padrões de segurança da informação e seguirá atuando de forma diligente contra a exposição pública de seus dados pelo infrator”, conclui o documento.
A Record informou um e-mail para que dúvidas fossem tiradas, caso o ex-contratado desejasse. Quem ainda não recebeu o documento, receberá em breve no endereço cadastrado.
Record pode ser processada?
O Notícias da TV conversou com o advogado Fernando Silva, formado em direito pela UFS (Universidade Federal de Sergipe) e pós-graduado em Segurança e Defesa Cibernética pela Uniter (Centro Universitário Internacional). Ele explica que, mesmo com o documento prestando esclarecimentos, a Record pode responder criminalmente caso dados venham a ser vazados.
“Mesmo com esse comunicado, que é uma clara segurança jurídica por parte da empresa, a Record poderia, sim, ser autuada ou sofrer processo por alguém que se sentisse lesado caso os dados vazassem, o que seria um descumprimento da Lei nº 13.709/2018, conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais”, diz.
O advogado também informa qual o procedimento a ser feito: “Quem se sentir lesado já por esse vazamento e roubo, precisa registrar boletim de ocorrência em uma delegacia especializada em crimes virtuais da sua cidade e, logo em seguida, entrar com uma ação na Justiça baseada na LGPD”.
Por Notícias da TV UOL
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