26/12/2024 18:35

“Não acredito em intervenção federal no momento”, diz general Heleno

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O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, falou nesta 2ª feira (16.ago.2021), sobre não acreditar em uma intervenção federal, mas ver, em caso de necessidade, a atuação das Forças Armadas como um poder moderador. Também criticou a postura do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a prisão de Roberto Jefferson e defendeu o centrão.

“Eu sinceramente, na situação atual, não acredito que vá haver intervenção das Forças Armadas. Estão acontecendo provocações de uma parte e outra parte, é isso não é aconselhável porque cria um clima tenso entre 2 poderes e entra o legislativo como mais 1 complicador nessa situação. É importante que busquemos um ponto de equilíbrio e tenhamos a preocupação de não cometer excessos. Nenhum dos Poderes. Para a opinião pública, há uma certa concordância nesse papel do Judiciário que tem colocado as coisas numa tensão maior. Não acredito em intervenção no momento. Essa intervenção poderia acontecer em um dado muito grave, discordo até sobre o que fazem sobre o artigo 142, mas acho que não seria empregado na situação atual e espero que não precise ser empregado jamais”, disse Heleno.

O ministro do GSI também falou sobre o “artigo 142” em referência ao artigo da Constituição Federal que autoriza a realização de intervenção militar. Durante a entrevista, disse que se está no texto constitucional ele pode ser usado, mas o ideal é que isso não ocorra.“O ideal é que o 142 não precise ser utilizado”, afirmou.

Também disse que, por conta da experiência do Exército brasileiro em missões de paz, os militares estão prontos para atuar como “poder moderador”.

“Tem uma preparação muito boa. Preparação essa que já foi mostrada em várias situações. Nós já participamos de várias missões de paz de características completamente diferentes. Participamos da Segunda Guerra Mundial, lógico, em outra época, mas as Forças Armadas nunca deixaram de ser adestradas. Quanto ao material que as Forças Armadas dispõe, é um material que para enfrentar uma grande potência nós vamos ter uma série de desvantagens, mas para atuar na garantia da lei e da ordem, é um material perfeitamente compatível”.

Heleno também comentou sobre a prisão de Roberto Jefferson. Segundo ele, “parece um pouco arbitrário”.

“Eu acho que a prisão do deputado Roberto Jefferson é uma das oportunidades que o STF se excedeu nessa medida porque esse tipo de prisão deve acontecer quando houver realmente um processo jurídico que condene o autor por qualquer um dos crimes, difamação, calúnia. Agora, ser preso apenas por uma decisão monocrática de um ministro do STF não é um quadro habitual e eu recebi de muitos juristas e gente que lida com o direito em vários níveis que condenaram essa atitude que ela não é uma atitude absolutamente constitucional prevista na lei. Então eu acho que temos que manter o que Constituição de ir sobre a liberdade de expressão esse quem se acender as palavras for julgado e condenado, tudo bem. Mas uma previsão sem prazo inclusive e sem devido a condenação me parece um ato um pouco arbitrário”.

Centro

Heleno, que no passado era crítico ao centro político, voltou a defender a proximidade com políticos desse espectro político. No dia 04 de agosto de 2021, o ministro do GSI  foi fotografado ao lado do novo ministro, do deputado Ricardo Barros (PP/PR) e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL). Todos os três fazem parte do Centrão

“A minha opinião hoje do centrão, se é que existe essa conotação do centro, é que o Brasil precisa de uma política de centro. Não pode ser uma política radical de direita, muito menos uma de esquerda. Existir um grupo de políticos que seja de centro é importante para a política brasileiro. Para esse equilíbrio no poder”.

Na reunião do PSL que oficializou a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência em 2018, Heleno fez uma paródia da música “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, de Ary do Cavaco e Bebeto Di São João, ao cantar: “Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão”. O ministro trocou a palavra “ladrão” da letra original pelo nome dado ao bloco partidário.

Por Poder 360


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