A segunda pesquisa divulgada hoje pela Potencial, em parceria com a Folha de Pernambuco, mostra um fato que pode ser decisivo na eleição em Pernambuco. Observa-se que na avaliação estimulada os percentuais de intenção de votos para os dois candidatos à presidência oscilaram, sendo que para o candidato Lula (PT) houve um crescimento de 3,2 pontos percentuais, ligeiramente acima da margem amostral, o que significa dizer que pode estar acontecendo uma movimentação favorável de crescimento.
Já a intenção de voto para o presidente Jair Bolsonaro (PL) caiu 0,8 pp, dentro da margem amostral, ou seja, intenção de voto estabilizada. Quando se avalia, da mesma forma, o resultado para o governo do estado, os percentuais de intenção de votos das duas candidatas também oscilaram e na mesma direção. Raquel Lyra (PSDB) perdeu 1,0 pp (51,1% para 50,1%) e a candidata Marília Arraes (SOLIDARIEDADE) ganhou 2,1 pp (44,2% para 46,3%).
Mesmo sendo a oscilação dentro da margem amostral, já foi suficiente para com cautela, inferir tecnicamente que neste momento há um empate técnico, isto porque o limite máximo do intervalo de confiança da candidata Marília Arraes (49,4%) é maior que o limite mínimo do intervalo de confiança da candidata Raquel Lyra (47,0%).
O mesmo acontece quando se avaliam os resultados na abordagem espontânea (Marilia 46,0% ante 45,5% de Raquel). Diferentemente de Raquel Lyra, Marília Arraes tem um posicionamento firme e coerente quando se fala da corrida presidencial.
Sempre apoiou Lula, mesmo no primeiro turno, quando oficialmente o candidato do PT apoiava o candidato da Frente da Popular, Danilo Cabral (PSB). Se de fato houver correlação positiva entre os votos de Lula e Marília, e se confirmando a tendência de crescimento apontada na pesquisa, a candidata do Solidariedade pode ganhar votos decisivos reta final.
Em um Estado com tradicional militância petista e principalmente lulista, o tanto faz de Raquel Lyra pode fazer com que o eleitor decida para quem claramente tem lado.
*Professor, estatístico que atua na área de pesquisa desde 1994, membro da Associação Brasileira de Consultores Políticos e da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais.
Por Zeca Martins/Via Blog do Magno