A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado (Adagro) e a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) reforçam ações contra o vírus do grupo paramixovírus aviário, que provoca a Doença de Newcastle (DNC). Segundo portaria 702/2024, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), é doença viral contagiosa.
Segundo a Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH), aves silvestres migratórias, conhecidas como avoantes ou arribaçãs, apareceram mortas nos municípios de Afrânio, Santa Maria da Boa Vista e Dormentes, no Sertão de São Francisco. Amostras das aves foram coletadas pela Adagro e encaminhadas à análise do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Campinas (SP).
Ele é referência em diagnóstico de casos de síndrome respiratória e neurológica das aves. O resultado da análise laboratorial deu positivo para a Doença de Newcastle. De acordo com gerente estadual de defesa animal da Adagro, Samy Bianchini, novos casos de aves doentes e mortas pelo vírus foram notificados pela Adagro nos municípios de Lagoa Grande, Parnamirim e Orocó.
Para a diretora de defesa e inspeção animal da Adagro, Glenda Holanda, “diante desta mortandade em aves de arribaçã, além do trabalho integrado entre os órgãos estaduais e as prefeituras, é necessário o reforço junto à população para que notificações de novas ocorrências sejam feitas o mais rápido possível à Adagro e que os produtores mantenham as aves de criação longe do contato de aves silvestres”, ressaltou a diretora da Agência de Defesa Agropecuária de Pernambuco.
Os animais acometidos pela doença apresentam dificuldade para respirar e para voar, andam cambaleantes, tem diarreia e edema na cabeça. Esses são os principais sintomas das aves afetadas, segundo a Adagro. E, apesar de ser fatal para algumas espécies de aves, “não tem a mesma repercussão na saúde humana. Ou seja: não causa perigo iminente às pessoas”, explicou o gerente do setor de Gestão de Fauna da CPRH, Iran Vasconcelos. O vírus Newcastle foi registrado pela primeira vez, no Brasil, no ano de 1953.
Entre as medidas emergenciais que estão sendo adotadas pelo Governo do Estado no enfrentamento ao vírus, está a notificação de todas as ocorrências recebidas, desde as informadas pelos produtores da região até aquelas notificadas pelas prefeituras ou via Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias. A identificação dos locais onde as aves migratórias estão fazendo pouso também é outra estratégia fundamental, executada pela CPRH, para monitorar e mapear o caminho feito pelo vírus. “Essas aves costumam pousar em local favorável à sua alimentação, descanso e reprodução da espécie”, explicou Anchieta.
A partir desta semana, a CPRH também deverá atuar junto a instituições com especialistas em migrações de aves silvestres – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Univasf, Universidade Federal do Agreste de Pernambuco em Garanhuns e no Centro de Manejo de Fauna Silvestre (Cemafauna), da Univasf, em Petrolina – para que pesquisadores, junto com os técnicos, consigam ter uma compreensão macro do fenômeno, a fim de que o Governo do Estado tome medidas preventivas e mitigatórias.
Segundo a CPRH, as aves chegaram ao estado pelo município de Afrânio, que faz divisa com os estados da Bahia e do Piauí. “A arribaçã é uma ave migratória e, neste período, faz passagem por Pernambuco. Acredita-se que as aves mortas foram contaminadas pelo vírus, ao consumirem alimento de galinhas não vacinadas e criadas em quintais. Nossa missão é evitar que o vírus se propague”, reforçou José de Anchieta.
Como denunciar
Também é possível notificar as ocorrências através da Ouvidoria da Adagro (0800 081 1020), do WhatsApp (81) 99488-2976 e também via Internet, na ferramenta Sisbravet, disponível do site do Ministério da Agricultura e Pecuária. Adagro e CPRH recomendam ainda que as pessoas não manuseiem aves silvestres, especialmente se estiverem doentes ou mortas. Caso seja necessário, é fundamental o uso de luvas.
Via PE Notícias