O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e informou que recusará o convite para participar de um evento na cidade de São Petersburgo, em junho deste ano. O motivo alegado por Lula foi “dificuldade de agenda”. Entretanto, segundo fontes, uma forte razão por trás da negativa é o receio de ser acusado de parcialidade no conflito entre Rússia e Ucrânia, em que ele pretende atuar como mediador.
“Conversei agora por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Agradeci a um convite para ir ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, e respondi que não posso ir a Rússia nesse momento, mas reiterei a disposição do Brasil, junto com a Índia, Indonésia e China, de conversar com ambos os lados do conflito em busca da paz”, escreveu Lula no Twitter.
Embora a diplomacia brasileira venha conversando com os dois lados do conflito, Lula tem sido criticado por supostamente tomar o lado de Moscou no confronto. Ele chegou a dizer que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é tão responsável pela guerra quanto Putin. E acusou os países ocidentais de estarem fomentando o conflito, ao vender armas para a Ucrânia. Depois, modulou as declarações, condenando a invasão do território ucraniano pela Rússia.
Na semana passada, durante encontro da cúpula do G7 no Japão, Lula protagonizou um episódio de mal-estar com Zelensky, após tentativas fracassadas de um encontro bilateral.
Questionado, Zelensky foi irônico ao dizer que o fato de o encontro não ter ocorrido “desapontou” Lula, em meio a insinuações de uma certa má-vontade do presidente brasileiro em recebê-lo.
Lula, por sua vez, disse que chegou a marcar um horário com o Ucraniano, que não compareceu.
“Não fiquei decepcionado, fiquei chateado porque eu gostaria de encontrar com ele e discutir o assunto. Por isso que eu marquei aqui no hotel, apenas isso. Mas veja, o Zelensky é maior de idade, ele sabe o que faz”, respondeu.