
Bolsonaro reúne quase 60.000 em ato pró-anistia com 7 governadores
O ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu cerca de 59.900 apoiadores neste domingo (6.abr.2025), na av. Paulista, em São Paulo, no momento de pico. A manifestação defendeu a anistia para presos e investigados pelos ataques do 8 de Janeiro. Para fazer o cálculo do público, o Poder360 usou fotos aéreas de alta resolução feitas com drone no momento de maior concentração no local do ato, justamente durante o discurso de Bolsonaro. O ex-presidente falou por pouco mais de 26 minutos –começou a discursar por volta de 15h40. As imagens foram tiradas das 16h03 às 16h09. Com as fotos disponíveis, o terreno ocupado foi esquadrinhado com o Google Earth para que fosse possível saber em quantos metros quadrados havia público. O Poder360 marcou os locais de acordo com a concentração: Depois, somou o número de pessoas em cada metro quadrado e chegou ao total estimado –que sempre será aproximado, pois em concentrações dessa natureza as pessoas se deslocam de um lado para o outro com frequência. Também não é possível identificar com clareza as pessoas embaixo de árvores ou de marquises de prédios. GOVERNADORES MARCAM PRESENÇASete governadores de Estado foram à manifestação: Amazonas – Wilson Lima (União Brasil);Goiás – Ronaldo Caiado (União Brasil);Mato Grosso – Mauro Mendes (União Brasil);Minas Gerais – Romeu Zema (Novo);Paraná – Ratinho Júnior (PSD);São Paulo – Tarcísio de Freitas (Republicanos);Santa Catarina – Jorginho Mello (PL).Durante o ato, 4 deles tiraram uma foto juntos, abraçados: Caiado, Ratinho Jr., Tarcísio e Zema. Os governadores de Goiás, Paraná, São Paulo e Minas Gerais compartilharam o mesmo post em seus perfis nas redes sociais a seguinte mensagem: “Unidos pela anistia”. Os 4 são cotados para disputarem o Planalto em 2026 no campo da direita. A presença dos governadores solidifica a percepção de que o candidato da direita em 2026 passa obrigatoriamente por Bolsonaro. O ex-presidente está inelegível e virou réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe. Ele insiste em sua candidatura e evita dar apoio público a alguém. Para 67% dos brasileiros, Bolsonaro deveria abrir mão publicamente da disputa. Chama a atenção também o fato de nomes da direita que tiveram algum tipo de rusga com Bolsonaro no passado recente terem ido à manifestação. É o caso de Caiado, chamado de “covarde” pelo ex-presidente em setembro de 2024, e do senador e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil-PR). Um nome relevante da direita que parece não ter ido ao ato é o ex-coach e candidato a prefeito de São Paulo em 2024, Pablo Marçal (PRTB). Em seu perfil nas redes sociais, ele postou vídeos passeando no lago Paranoá, em Brasília, no sábado (5.abr), e depois, já neste domingo (6.abr), em um evento em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo. PL DA ANISTIA E BATOMPauta da manifestação, a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro ganhou um símbolo nas últimas semanas: o batom. Foi com o acessório de maquiagem que a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos pichou a estátua em frente à sede do Supremo com a frase “perdeu, mané”. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro havia pedido aos manifestantes que levassem o batom ao ato. Durante o seu discurso, ela pediu que todos levantassem o braço com o acessório em mãos. No chão, até um batom inflável com a frase “anistia já” foi levado por manifestantes. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e o pastor e organizador do evento, Silas Mafalaia, usaram seus discursos para pressionar o presidente da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto. Sóstenes disse que a anistia será pautada “querendo ou não”. Já o religioso declarou que Motta “envergonha o povo”. Em que pé está o projeto da anistia – o PL segue pressionando Motta a pautar o requerimento de urgência do texto. O presidente da Câmara resiste. Sóstenes afirmou em 3 de abril que mudou de estratégia e coletará as assinaturas individualmente para incluir a urgência automaticamente em votação. Ele precisa de 257 deputados –afirmou ter 165. Assista ao discurso de Bolsonaro (27min29s): Por Poder360