Os concursados aprovados na Polícia Penal de Pernambuco, juntamente com o sindicato da categoria, realizaram uma ação solidária de doação de sangue em forma de protesto pedindo a nomeação dos 1.354 candidatos que já concluíram o curso de formação.
O movimento foi realizado em pontos espalhados pelo estado, nas cidades de Recife, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde e nos estados da Paraíba, Alagoas e Ceará.
Na última quarta-feira o ato foi em Natal e na quinta-feira no Sertão Pernambuco, reunindo concursados de Arcoverde e Serra Talhada.
Os candidatos já passaram por todas as etapas do concurso, que teve seu edital lançado ainda em dezembro de 2021. A prova objetiva e discursiva do concurso foi realizada no ano seguinte, em abril de 2022. Os 1.354 candidatos também passaram nas fases de exames e avaliação médica, teste de aptidão física, teste psicotécnico, investigação social e curso de formação, que foi concluído no primeiro semestre deste ano.
A Comissão dos Aprovados alega que até o momento não houve uma resposta por parte do Governo de Pernambuco sobre a divulgação do resultado final do concurso e cobram um cronograma para a nomeação de todos que se formaram na Academia da Polícia Penal de Pernambuco.
Os candidatos também já tiveram uma reunião em março com a secretária de Justiça e Direitos Humanos, Lucinha Mota, mas também não conseguiram um posicionamento sobre a nomeação.
De acordo com os dados divulgados pelo Sinpolpen-PE, Pernambuco conta atualmente com apenas 1.459 Policiais Penais para uma população superior a 30 mil presos. Esse número vai na contramão da lei estadual nº 3673/2022 que prevê 4 mil desses profissionais atuando, sendo 3.500 masculino e 500 feminino.
A recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), diz que a proporção correta seria de 1 policial penal para cada 5 pessoas encarceradas, algo que não é seguido pelo Governo do Estado.
Nesse contexto, o estado brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por conta dos problemas encontrados no sistema prisional de Pernambuco, que inclui superlotação e péssima infraestrutura das unidades.
Só neste ano já foram registrados troca de tiros entre os detentos e morte nas unidades prisionais, principalmente pela ausência de efetivo para trabalhar nos presídios. A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber também fez uma visita ao Complexo Prisional do Curado, no Grande Recife, e condenou a situação do local.
Via PE Notícias