Famílias de agricultores dos perímetros irrigados do Sistema Itaparica intensificaram os protestos neste sábado (17), bloqueando o Trevo do Ibó, que interliga as BRs 116, 316 e 428. A manifestação, que começou nas primeiras horas da manhã, visa pressionar o Governo Federal a regularizar o repasse de verbas para a manutenção dos projetos de irrigação, essenciais para a sobrevivência de milhares de famílias na região.
O bloqueio afeta o trânsito em um importante entroncamento rodoviário, causando grande impacto na circulação entre estados do Nordeste. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está no local para organizar o fluxo e garantir a segurança dos manifestantes e motoristas. Até o momento, apenas veículos de emergência, como ambulâncias e carros de bombeiros, têm autorização para passar.
Os trabalhadores, que já haviam realizado protestos em outros pontos do Sertão, como na Estação de Bombeamento (EB1) do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco, agora cobram uma resposta concreta do governo. Entre as principais demandas estão o pagamento das contas de energia elétrica dos perímetros, frequentemente cortada pela Neoenergia, e a manutenção das equipes técnicas que garantem o funcionamento dos sistemas de irrigação.
Além disso, os manifestantes pedem apoio dos governos da Bahia e de Pernambuco, bem como de deputados federais e senadores, para assegurar um orçamento definitivo para os projetos. Lideranças locais aguardam a presença de parlamentares como os senadores Humberto Costa e Tereza Leitão, além do deputado federal Carlos Veras, que tem histórico de apoio aos reassentados da região.
Com cerca de 60 mil pessoas dependendo diretamente desses perímetros, o movimento ganhou apoio de diversas comunidades, incluindo quilombolas e indígenas, além de contar com a participação da igreja e outras organizações sociais. Sem previsão para o término do bloqueio, os agricultores afirmam que só desocuparão as rodovias após negociações com representantes do governo.
O Trevo do Ibó permanece fechado, e novas caravanas são esperadas ao longo do dia. A situação é monitorada de perto pela PRF e outras autoridades.
Por Carlos Britto