Na tarde desta sexta-feira, 6 de dezembro, a Justiça Federal de Paulo Afonso realizou uma audiência pública para apresentar o Plano Operativo de Construção do Hospital Universitário da cidade. O evento foi conduzido pelo Juiz Federal João Paulo Pirôpo de Abreu e contou com a participação do Desembargador Federal Carlos Pires Brandão, do Juiz Federal Substituto Diego de Amorim Vitório, além de representantes da EBSERH e dos governos federal, estadual e municipal. A audiência também reuniu prefeitos da região, incluindo o prefeito eleito de Paulo Afonso, Mário Galinho.
Durante a audiência, o vereador Marconi Daniel (PT) informou que a Justiça Federal confirmou que o hospital será construído na área do Exército localizada em frente à Avenida André Falcão, uma região considerada nobre da cidade e cercada por mata nativa da Caatinga. De acordo com Marconi, ele acredita que toda a área deverá ser utilizada, já que o hospital ocupará cerca de 33 mil metros quadrados.
O plano prevê a construção de um hospital com 142 leitos e um investimento estimado em R$ 140 milhões, valor diferente dos R$ 200 milhões orçados pelo governo federal em junho deste ano, quando houve o anúncio formal da construção do novo HUPAV. Desses R$ 140 milhões, aproximadamente R$ 70 milhões já estão garantidos, sendo R$ 47 milhões depositados em Juízo desde 2019 (45 milhões depositados pela Chesf naquele ano, com quase R$ 2 milhões de juros) e um aporte suplementar de R$ 23 milhões que será efetuado pela própria Chesf, alcançando o valor mencionado.
Ainda segundo o vereador, os trabalhos de topografia estão previstos para iniciar na próxima semana, conforme informações repassadas pelo comandante do Exército.
A gestão do hospital será tripartite, com recursos dos governos federal, estadual e municipal. A Justiça Federal já agendou uma nova reunião para 25 de março, quando será apresentado o projeto detalhado e o cronograma para o processo de licitação.
Durante a audiência, o professor Sydney Leão, ex-coordenador do CMED-PAV e suplente de vereador (PSD) de Paulo Afonso para o próximo quadriênio, fez um discurso emocionado, abordando as dificuldades enfrentadas pela população no Hospital Nair Alves de Souza (HNAS). Ele mencionou a precariedade na alimentação dos pacientes, que muitas vezes se veem obrigados a se alimentar com mingau de maisena com água devido à falta de outros mantimentos. Sydney também apontou as dificuldades de gestão do HNAS pela atual administração municipal, que enfrenta uma sobrecarga financeira de quase R$ 30 milhões anuais. Ele pediu urgência na apresentação do plano operativo e sugeriu que, até janeiro de 2025, o plano fosse apresentado. Sydney ainda propôs que todos os presentes na audiência visitassem o HNAS para observar de perto as condições da unidade, sugestão que foi prontamente acatada pelo Desembargador Carlos Brandão.
Via Pa4/Ozildo Alves